Os fundos imobiliários são classificados em diferentes categorias. Existem os FIIs de tijolo, que investem diretamente em imóveis físicos, os FIIs de papel, que aplicam em títulos financeiros do setor, e os fundos híbridos, que combinam ambas as estratégias.
Um exemplo de fundo híbrido é o MXRF11, reconhecido por sua exposição a ativos de papel, mas que também investe em outros ativos imobiliários. Ele se destaca pela diversificação da carteira e pela distribuição recorrente de rendimentos.
FIIs de papel são uma alternativa para gerar renda no setor imobiliário sem a necessidade de comprar imóveis físicos. Esses fundos investem em ativos financeiros atrelados ao setor, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), além de outros instrumentos financeiros do mercado imobiliário.
Porém, antes de investir, é essencial entender como esses fundos funcionam e quais fatores devem ser analisados para minimizar riscos e maximizar o potencial de rentabilidade. Continue a leitura para conhecer os principais pontos que devem ser considerados ao investir em FIIs de papel.

Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
O que são e como funcionam os fundos imobiliários de papel?
Os FIIs de papel oferecem uma maior previsibilidade de ganhos no curto prazo, pois seus portfólios são compostos por títulos de renda fixa, cujo fluxo de pagamentos pode ser mais estável. Além disso, a distribuição de dividendos costuma ser regular, tornando-os atrativos para quem busca complementar a renda.
Entretanto, esses fundos também estão expostos a riscos, como a inadimplência dos devedores e a qualidade dos ativos que compõem sua carteira. Isso pode impactar os retornos e aumentar a volatilidade. Portanto, ao investir em FIIs de papel, é fundamental avaliar a gestão do fundo, a composição da carteira e os riscos envolvidos.
Cada fundo segue uma estratégia definida, descrita em seu prospecto.. Esse documento apresenta como o gestor planeja alocar o capital dos investidores, indicando quais títulos farão parte do portfólio, como CRIs, LCIs e Letras Hipotecárias (LHs), porém esse último, têm sido cada vez menos negociados. Após definir sua estratégia, o fundo realiza o IPO, ofertando cotas na bolsa de valores para formar seu patrimônio inicial.
Com os recursos captados, o gestor monta o portfólio do fundo visando gerar rendimentos a partir dos títulos imobiliários adquiridos. A legislação exige que os FIIs distribuam pelo menos 95% do resultado caixa ajustado, garantindo um fluxo de renda passiva aos cotistas.
O que considerar ao investir em FIIs de Papel?
Antes de investir, é essencial analisar diversos fatores que impactam a performance do fundo. Desse modo, garante-se que ele esteja alinhado às expectativas e ao perfil de risco do investidor.
Qualidade dos créditos imobiliários
A carteira de um FII de papel é composta por diversos títulos de crédito, sendo os CRIs um dos principais. Esses ativos são lastreados em recebíveis imobiliários, e sua qualidade impacta diretamente a segurança do investimento.
Títulos com garantias sólidas e boas estruturas de pagamento apresentam menor risco de inadimplência. Além disso, é importante observar se os papéis são indexados à inflação (IPCA) ou ao CDI, pois isso influencia sua rentabilidade e sua proteção contra variações econômicas.
Taxa de inadimplência e risco de crédito
A inadimplência nos FIIs de papel afeta diretamente os rendimentos dos investidores. Quando os devedores dos créditos imobiliários atrasam ou deixam de pagar suas obrigações, o fundo pode enfrentar dificuldades em distribuir dividendos.
É essencial acompanhar os índices de inadimplência divulgados pelo gestor e avaliar se os CRIs possuem garantias, como sobrecolateralização ou fundo de reserva. Também é importante entender como o fundo lida com renegociações e execuções de garantias.
Gestão do fundo e política de riscos
A experiência e a estratégia da equipe gestora fazem toda a diferença na performance do fundo. Um FII bem administrado conta com uma política de riscos eficiente, que envolve a diversificação dos ativos, uma criteriosa análise dos devedores e a adaptação às condições do mercado.
Gestores experientes buscam oportunidades que equilibram risco e retorno. Desse modo, conseguem garantir um fluxo de rendimentos mais previsível ao longo do tempo.
Composição da carteira de ativos
Analisar a composição da carteira do fundo ajuda a entender sua exposição ao risco. Um FII de papel bem diversificado pode conter CRIs de diferentes setores, regiões e emissores, reduzindo o impacto de inadimplências isoladas.
Além disso, é interessante verificar se o fundo investe em papéis indexados a índices como IPCA ou CDI. Afinal, isso influencia diretamente a previsibilidade dos rendimentos ao longo do tempo.
Rentabilidade histórica e previsibilidade dos rendimentos
Analisar o desempenho histórico de um FII pode ajudar a entender seu comportamento em diferentes cenários econômicos. Isso, é claro, tendo em mente que rentabilidade passada não é necessariamente garantia de retorno futuro.
Fundos com histórico consistente de pagamentos e distribuição de dividendos são mais atraentes para investidores que priorizam previsibilidade e segurança nos rendimentos.